Imagens da Internet
Rio de Janeiro, RJ, 08 (AFI) – O que era esperado aconteceu no final da tarde desta quinta-feira. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, se afastou do cargo sob a alegação de problemas médicos. Sua vaga será ocupada interinamente pelo vice da região Sudeste José Maria Marin, que ficou conhecido por embolsar uma medalha na premiação ao campeão Corinthians na Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Embora a CBF não confirme a informação, o afastamento de Teixeira foi feito pelo próprio dirigente, em email encaminhado às 27 federações estaduais. O tempo máximo para a licença é de 60 dias, de acordo com o estatuto da entidade. Se precisar de mais, novas eleições deverão ser convocadas.
No último dia 29 de fevereiro, o presidente da CBF havia convocado uma assembleia com os presidente das federações. Na oportunidade, ele negou as especulações de que deixaria a entidade. No entanto, revelou que iria sem afastar para realizar um tratamento médico.
"Ele vai sair, sim, para fazer tratamento", disse na época o presidente da federação catarinense, Delfim Peixoto, deixando claro que vai ser uma licença médica, não renúncia. "Ele nos disse que está doente, não disse o que era, nem por quanto tempo ficará de licença", endossou o colega do Ceará, Mauro Carmélio.
Problemas médicos...
No fim do ano passado, o presidente da CBF esteve internado em uma clínica, na zona sul do Rio de Janeiro, com um quadro de diverticulite. Se renunciasse - como o próprio cartola disse que faria, ao tio Marco Antônio Teixeira, quando o demitiu, no início de fevereiro - assumiria o vice mais velho, José Maria Marin, de 79 anos.
Foi a possibilidade de posse de Marin que gerou revolta entre os presidentes de sete federações, que defendiam a convocação imediata de eleições. Eles ficaram conhecidos como "G-7", ou "rebeldes", entre os demais dirigentes.
Por conta disso, a assembleia do dia 29 foi tensa. Ricardo Teixeira abriu os trabalhos dizendo que permaneceria à frente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 e explicou por que demorou tanto a esclarecer os rumores sobre a sua possível saída. Houve muitas reclamações por conta do silêncio. Ricardo Teixeira alegou ter sido por causa dos problemas de saúde.

Relação obscura com presidente do Barça
Na mira da Justiça
Nos últimos meses, aumentaram os rumores de que Ricardo Teixeira estaria disposto a deixar a CBF, após 23 anos na presidência, para fugir do cerco da Justiça. No final de fevereiro, novos depósitos, no valor de R$ 80 mil, feitos pela empresa Ailanto Marketing Ltda na conta pessoal do presidente da CBF, passaram a ser investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Distrito Federal. A empresa, investigada por fraudes no contrato de R$ 9 milhões para realização do amistoso entre Brasil em Portugal, em 2008, em Brasília, pertence ao cartola espanhol Sandro Rosell, presidente do Barcelona e amigo de Teixeira.
Os depósitos, feitos entre fevereiro e outubro de 2009, foram encontrados quando os investigadores analisavam documentos contábeis da Ailanto. A empresa, suspeita de funcionar como fachada para lavar dinheiro desviado em favor de cartolas do futebol, movimentou R$ 22,9 milhões. Desse total, R$ 11,6 milhões vieram de um contrato, ao qual o Estado teve acesso, com a empresa de material esportivo Nike, a título de "serviços de transferência de tecnologia".
Ao rastrear o caminho do dinheiro, a inteligência do MP identificou que pelo menos R$ 131 mil foram parar nas contas de Teixeira (R$ 80 mil) e da empresa W Trading (R$ 51 mil), do Rio, que pertenceria à mulher dele, Ana Carolina. A maior parte dos recursos, todavia, foi transferida para empresas ligadas a Rosell, principalmente a Brasil 100% Marketing. Ainda não se sabe se daí seguiram outras fatias para o dirigente da CBF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário