segunda-feira, 23 de abril de 2012

SERTÃO CENTRAL CE : QUIXADÁ CRESCE EM PALMA FORRAGEIRA NO ESTADO,VEJA A INTEGRA!


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Chico Saraiva é o proprietário do Palmal Riacho Verde, situado em Quixadá
FOTOS: ALEX PIMENTEL
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O cultivo do vegetal é uma forma de garantir a alimentação dos animais principalmente durante o período de estiagem, tendo em vista que a palma não necessita de grandes quantidades de água para se desenvolver















Com as poucas chuvas na região, a palma acaba sendo uma alternativa para a sobrevivência dos animas no campo
Quixadá Geralmente, quando os amigos se reúnem em um restaurante ou no barzinho preferido, passam a discutir sobre futebol, política, religião e até sobre a vida alheia. Jogam muita conversa fora. Mas, numa lanchonete no Centro de Quixadá, essa estória é muito diferente.

O proprietário, João Antônio de Lima, costuma convocar quatro amigos para tratarem de um problema muito sério, a questão da sobrevivência e convivência na região onde moram, o semiárido cearense. Nessas horas, a palma forrageira, uma espécie vegetal utilizado na alimentação de animais, acaba se tornando o assunto predileto do grupo. Há mais de cinco anos abordam o tema e realizam experiências.

Agora, quando o quadro de estiagem na região começa a se consolidar, e com ele ainda mais a necessidade de encontrar alternativas para a subsistência no campo, principalmente dos animais, o cactáceo exótico originário do México se torna assunto obrigatório para João Antônio e os amigos Edmar Machado, Francisco Hélio Duarte, o "Bebel", Marcelo Roberto Paracampos e Francisco José Saraiva Nobre, mais conhecido como "Chico Saraiva". Eles têm respostas para tudo sobre o vegetal. Apostam no experimento realizado na fazenda de Chico Saraiva como uma das opções viáveis de convivência na seca.

Embora divida parte do seu tempo com a comercialização de livros, Saraiva utiliza uma técnica ainda pouco difundida por quem se dedica à agropecuária na região, o plantio adensado de palmas. Para quem herda o ofício dos antecedentes familiares, não arrisca experimentar outras alternativas. Para os tradicionalistas, não há como um vegetal crescer sem água por perto. Contudo, há cerca de cinco anos, Chico Saraiva passou a cultivar as palmas condensadas.

O Palmal Riacho Verde, propriedade de Chico Saraiva, fica situado no entorno do Açude do Cedro, mas, nesta época do ano, sem as chuvas, fica ainda mais distante do espelho d´água do reservatório público construído e administrado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs).

Água praticamente não tem. É assim o ano todo. Mesmo chovendo apenas 200mm, bem abaixo da média pluviométrica histórica na região, de 700 a 800mm, é suficiente para assegurar a sobrevivência da planta e complementar a ração do seu rebanho de 200 ovinos. Ele consegue produzir 400 toneladas de palma gigante por hectare.

O rancho de Saraiva é considerado modelo na região em matéria de forragem alternativa. Além de ler muito sobre o assunto, ele contou com o auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). O escritório local articulou e facilitou a assessoria de um técnico especializado para ele e os amigos. As dúvidas foram desaparecendo e as palmas crescendo. Hoje, apesar da preocupação com a estiagem, o insumo energético para os animais está garantido. Se tivesse plantado milho, alimento natural mais utilizado pelos criadores da região, não teria um grão para dar aos animais.

Ele e os amigos sabem que a massa verde da palma não deve ser a única fonte de alimentação dos animais, mas está aliviando o trato na pecuária. Agora, Saraiva já pensa noutros derivados da planta. Quem sabe num futuro próximo, quando se reunirem na lanchonete do amigo João Antônio, encontrarão sucos e tortas de palmas no cardápio. O criador está à procura de algumas receitas.



http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1129684

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