Tatá Werneck
No elenco do “Comédia ao vivo”, Tatá Werneck ganha mais espaço na MTV com a estreia de ‘Trolalá’ e fala dos seus muitos medos, de dormir sozinha a andar de avião
É difícil saber quando Tatá Werneck está falando sério. A atriz e humorista — do tipo que perde o amigo, mas não a piada — parece não se esforçar para ser engraçada. Ditas por ela, frases como “eu morro de medo de dormir sozinha”, “chupei o dedo até os 9 anos de idade”, “parei de fumar, engordei dez quilos e virei uma abóbora” ou “passei o Natal num retiro espiritual na África” soam como brincadeira. Mas é tudo verdade.
Conhecida do público do “Comédia ao vivo” por tipos hilários como Roxanne e Taty Periguete, Tatá agora será ela mesma na MTV. No diário “Trolalá”, que estreia amanhã, às 19h, ela surgirá sem caracterizações, ao lado de Paulinho Serra.
Conhecida do público do “Comédia ao vivo” por tipos hilários como Roxanne e Taty Periguete, Tatá agora será ela mesma na MTV. No diário “Trolalá”, que estreia amanhã, às 19h, ela surgirá sem caracterizações, ao lado de Paulinho Serra.
Com duração de 15 minutos, a atração, no ar de segunda a sexta, terá “um formato bem anárquico”, segundo Tatá. Com um cenário simples — com o fundo de chroma key —, os dois terão um telefone para conversar com os telespectadores e passar trotes para anônimos e famosos. O público poderá escolher os temas de esquetes que serão improvisados pela dupla e também participará de outras brincadeiras propostas pelos apresentadores.
“Sempre tive muito prazer em fazer as pessoas rirem, mas também uso o humor como uma defesa”, admite Tatá, em entrevista na casa dos seus pais, na Barra da Tijuca, bairro do Rio onde cresceu.
Timidez
Dizendo-se tímida, Tatá espera a mãe, a jornalista Claudia Werneck, sair da sala para continuar a entrevista. E não sossega enquanto o repórter e o fotógrafo não aceitam um café acompanhado de brownie e sorvete. Ela não come nada. “Eu já fui gorda e viro uma vaca se comer muito”, exagera.
Em seguida, aponta para o porta-retrato com uma foto da época em que realmente estava cheinha. “ Eu não bebo, não fumo, não como carne vermelha nem frango. Mas eu sou legal”, garante a humorista, adepta da meditação: “Sou calma, mas nos dias em que estou de TPM eu poderia matar um coelho”.
Articulada, Tatá, de 28 anos, parece ser aquela pessoa que não filtra o que fala. Mas revela que hoje não dá mais para fazer piada sobre tudo na TV. “Qualquer gracinha pode ser interpretada como bullying. Os humoristas estão sendo muito observados. Tem um humor ácido de que gosto. Mas ainda posso falar humor negro? Tudo é visto como preconceito”.
Em seguida, aponta para o porta-retrato com uma foto da época em que realmente estava cheinha. “ Eu não bebo, não fumo, não como carne vermelha nem frango. Mas eu sou legal”, garante a humorista, adepta da meditação: “Sou calma, mas nos dias em que estou de TPM eu poderia matar um coelho”.
Articulada, Tatá, de 28 anos, parece ser aquela pessoa que não filtra o que fala. Mas revela que hoje não dá mais para fazer piada sobre tudo na TV. “Qualquer gracinha pode ser interpretada como bullying. Os humoristas estão sendo muito observados. Tem um humor ácido de que gosto. Mas ainda posso falar humor negro? Tudo é visto como preconceito”.
Com uma carreira pautada pelo teatro, a atriz, uma garota hiperativa que foi expulsa de duas escolas, começou a ter aulas de interpretação aos 9, com a veterana Sura Berditchevsky. “Já passei por todo aquele perrengue do teatro. Tinha peça que eu recebia R$ 10 de cachê e gastava R$ 20 para ir e voltar para casa”, aponta, antes de afirmar, com a cara mais séria: “O meu irmão é um ano mais velho, se formou em Direito e fez doutorado em Yale. Eu sempre fui a engraçada problemática da família”.
Para se manter como atriz, Tatá, que mede 1,52 metro, também já se apresentou vestida de mosquito em peça infantil. E aceitou usar uma fantasia de absorvente feminino em troca de R$ 150 para divulgar o produto em gôndolas de supermercados.
Para se manter como atriz, Tatá, que mede 1,52 metro, também já se apresentou vestida de mosquito em peça infantil. E aceitou usar uma fantasia de absorvente feminino em troca de R$ 150 para divulgar o produto em gôndolas de supermercados.
Apesar de ter crescido num bairro tido como reduto de patricinhas, Tatá sempre foi escrachada. “Não me tornei uma patricinha porque sempre fiz teatro. Por que as meninas têm que ser meigas? Eu sempre quis falar merda, mas tem essa sociedade chata que acredita que você não deve fazer isso. Por que a mulher tem que ser sempre linda e sensual? Eu prefiro estar com feijão no dente a pagar de gostosa. Quem trabalha com humor tem que estar disponível”, filosofa.
Apesar de dizer que não tem o compromisso de estar sempre fazendo piada, as atitudes de Tatá provam o contrário. Parceiro na TV e nos palcos, Paulinho Serra vive tentando minimizar as constantes brincadeiras da amiga.
“Tatá é pequena e deve ter sofrido muito bullying por causa do seu tamanho. Mas hoje ela parte para cima de todo mundo. A gente viaja o Brasil com um espetáculo de improviso e ela faz cada coisa... Uma vez, fomos a um programa, em São Luis do Maranhão, de uma espécie de Hebe local. Quando o técnico de som botou o microfone na Tatá, ela o pegou pelo queixo e parecia que iria beijá-lo. Daí, falou: “Você é uma menina muito bonita”. Assim mesmo, no feminino “, diz Paulinho.
Televisão
Foi ele quem sugeriu o nome da atriz para integrar o elenco do “Quinta categoria”, em 2010, na MTV. Por conta das gravações, Tatá se mudou para São Paulo. E passou por um duro período de adaptação. “A TV mudou tudo na minha vida, em vários sentidos. Eu não dormia sozinha até os 25 anos. Sempre fui muito medrosa e fugia para a cama dos meus pais”, confessa a atriz.
O fato de morar sozinha em São Paulo obrigou Tatá a lidar com alguns de seus medos — ela também tem pavor de avião e prefere vir da capital paulista para o Rio de ônibus, por exemplo.
O fato de morar sozinha em São Paulo obrigou Tatá a lidar com alguns de seus medos — ela também tem pavor de avião e prefere vir da capital paulista para o Rio de ônibus, por exemplo.
“Eu tinha acabado de terminar um namoro quando fui morar em São Paulo e ficava sentada no chão do quarto, sofrendo. Minutos depois, ia para a MTV e tinha que improvisar e ser engraçada nas gravações”, recorda.
A questão sentimental foi resolvida. Tatá voltou a namorar o mesmo cara, um engenheiro, com quem já está há seis anos, entre idas e vindas. Mas o sono da humorista nunca está em dia. “Eu aprendi a dormir pouco, pela manhã”.
A questão sentimental foi resolvida. Tatá voltou a namorar o mesmo cara, um engenheiro, com quem já está há seis anos, entre idas e vindas. Mas o sono da humorista nunca está em dia. “Eu aprendi a dormir pouco, pela manhã”.
Nas noites insones, ela apela para os amigos. “A Tatá me liga às 3h da manhã para conversar ou para dizer que está indo para a minha casa para passar trote durante a madrugada. Ela tem medo de tudo. Inventa que a TV ligou do nada ou que ouviu vozes. Outro dia, ela dormiu no corredor do prédio com medo de entrar em casa”, entrega Murilo Couto, parte do elenco do programa “Agora é tarde”, da Band, e amigo da Tatá há dois anos.
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