sábado, 5 de maio de 2012

INTERNACIONAL ÁSIA : FOGUETE NORTE-COREANO COLOCA CHINA EM ROTA DE COLISÃO COM O (EUA),VEJA!

Lançamento do Unha-3 mostra falhas da China e aumenta tensão entre potências mundiais

CHINA
O lançamento do foguete Unha-3 pelo governo da Coreia do Norte na última quinta-feira (12) aumenta o risco de conflitos na região e pode colocar chineses e norte-americanos em rota de colisão, segundo especialistas entrevistados pelo R7.
A Coreia do Norte lançou seu módulo no dia 12 com o objetivo, segundo Pyongyang, de levar ao espaço um satélite civil de observação terrestre. Mas para EUA, Coreia do Sul e Japão, que classificaram a iniciativa como “provocação”, o lançamento foi usado para disfarçar um teste militar.

Única grande potência que mantém relações com a Coreia do Norte, a China falhou na tentativa de convencer o regime de Kim Jong-un a desistir do lançamento, segundo o especialista em Ásia e professor das Faculdades Integradas Rio Branco, Alexandre Uehara.
Este erro pode desencadear conflitos de maior proporção e, em um caso extremo, provocar um grande confronto entre Estados Unidos e China, diz Uehara, já que os chineses provavelmente demonstrariam apoio à Coreia do Norte.
- Existe um grande peso de responsabilidade e de certa frustração caindo sobre a China, que não conseguiu evitar que o foguete fosse lançado. A China falhou mais e tem mais culpa que os Estados Unidos neste caso.
Um desentendimento entre China e Estados Unidos posicionaria em lados opostos as duas maiores potências mundiais da atualidade. No caso dos EUA invadirem a Coreia do Norte – assim como fizeram com o Iraque – as tropas americanas ficariam muito próximas do território chinês. Além do custo político, as relações econômicas entre os dois países também ficariam estremecidas, o que se refletiria no comércio internacional.
Risco real
De acordo com o professor da ESPM, Heni Ozi Cukier, especialista em segurança internacional, a Coreia do Norte apresenta riscos reais, pois já possui bombas atômicas. Para ele, usar a força - atacando diretamente o país - não é a melhor opção para os Estados vizinhos, que se sentem ameaçados com o desenvolvimento nuclear norte-coreano.

- A força deve ser usada para evitar que uma nação adquira poder nuclear. Quando essa nação já tem essas armas, a força não adianta mais. E esse é o caso da Coreia do Norte.

Heni também acredita que, para que um conflito maior começasse na região, os norte-coreanos teriam que provocar as potências com mais força, já que, na visão do especialista, o país oferece um risco calculado.

- A Coreia do Norte provoca até o limite, mas não chega ao ponto de provocar uma reação maior ou uma guerra. Mas em uma região com dois países muito próximos [Coreias do Sul e do Norte], preparados militarmente para começar um conflito, a situação é muito perigosa. Se alguma atitude for vista como provocação, a situação explode.

Após o lançamento do Unha-3, o Conselho de Segurança da ONU (organização das Nações Unidas) convocou uma reunião de emergência para a sexta-feira (13) e condenou o ato. Para Uehara, no entanto, são poucas as alternativas para solucionar o impasse, e novas sanções não serão eficazes.

- Sanções comerciais, econômicas e congelamento de recursos internacionais são muito pouco eficazes, pois a Coreia do Norte já é um país muito isolado.
A situação se complica mais ainda porque, diz Cukier, “Rússia e China vão estar sempre dispostas a vetar qualquer tentativa de colocar pressão na Coreia do Norte”.
Guerra seria desastrosa
Apesar da tensão existente, Uehara não acredita que Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul irão atacar o território norte-coreano.

- Acho que atacar não é o caminho que deve ser tomado. Isso seria uma ação que levaria mais instabilidade para os próprios países.

Cukier afirma que uma possível guerra na região traria graves resultados.

- Uma guerra contra a Coreia do Norte seria altamente destrutiva, já o país tem condições de bombardear Seul [capital da Coreia do Sul]. (...) Seria um cenário catastrófico que provavelmente envolveria outros países como China e Estados Unidos.

Já Uehara acredita que, para se manter em uma possível guerra, a Coreia do Norte precisaria de ajuda internacional.

- Por estar atrás do Japão e da Coreia do Sul no quesito tecnológico, os norte-coreanos tem capacidade de começar uma guerra, mas não teria força para continuar nela. (...) É um cenário muito ruim. Não acredito que isso levará a uma guerra, mas a tensão irá aumentar.

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