sábado, 5 de maio de 2012

INTERNACIONAL NORTE-AFRICA: PEÇA CENTRAL DA PRIMAVERA ÁRABE,A LÍBIA ESTA TOMADA POR MERCENÁRIOS E CAOS.VEJA!


Lideranças locais acusam o ocidente de ter abandonado o país
PRIMAVERA ÁRABE
A Líbia foi um dos países mais importantes para a concretização da primavera árabe. A morte de Muammar Gaddafi, ex-ditador do país, soou como a queda de um muro que persistia há décadas e foi noticiada internacionalmente. Lideranças mundiais e, principalmente as potências ocidentais, como EUA, França, Reino Unido, festejaram o fato abrindo o caminho para um novo começo. Entretanto, cinco meses após o grande feito, a Líbia, abandonada a sua própria sorte, está à beira de uma guerra civil, o governo de transição é ineficaz, e diversas regiões estão nas mãos de mercenários oportunistas enquanto grupos extremistas islâmicos estão crescendo, denunciou recentemente o ex-primeiro-ministro do país e líder do movimento de libertação, Mahmoud Jibril.

Tentando contornar a crise, o CNT (Conselho Nacional de Transição), alegando incompetência do poder executivo, demitiu na quarta-feira (25), o governo provisório que dirigia o país um mês após este ter promovido as primeiras eleições do período pós-Gaddafi.
Ao mesmo tempo, o grupo ainda luta para evitar a ascensão militar e política de tribos e extremistas religiosos. Neste sentido, de olho nas eleições legislativas programadas para junho, o conselho proibiu, na quarta-feira (25), a formação de partidos baseados em religião, tribos e etnias, disse um porta-voz governamental.

"Os partidos não serão autorizados a se basear em religião, etnia ou tribo", disse o porta-voz Mohammed al Harizy, citando a decisão do CNT.
Futuro incerto

Conforme comentado em outro artigo escrito logo após a confirmação da morte de Gaddafi (Festa pela morte de Gaddafi esconde fase mais difícil da transição na Líbia), a parte mais difícil da história recente da Líbia está em desenvolvimento. O rápido desinteresse internacional pela nação norte africana poderá permitir o desenvolvimento de um ou mais estados falidos no continente. Autoridades locais tentam a todo custo chamar a atenção internacional para este fato.

O site criado durante a primavera árabe, articulado por muitos formadores de opinião, como professores, políticos, pesquisadores, e produzido localmente em capitais de oriente médio, Al Monitor, destacou a situação catastrófica pela qual os líbios estão vivendo.

O renomado acadêmico e jornalista líbio do site, Mustafa Fetouri, em um artigo publicado na última quinta-feira (26), protestou contra a postura evasiva adotada por alguns países aliados, que inclusive executaram os ataques da OTAN durante a revolução contra Gaddafi.

No texto, Fetouri descreve com detalhes a realidade caótica do país: colegas de profissão cruelmente assassinados; cidades antes símbolos de resistência hoje estão destruídas e abandonadas; a barbaridade e violações são comuns e revelam uma terra sem lei dividida entre rebeldes, mercenários e, cada vez mais presentes, grupos religiosos extremistas; a fragmentação que cresce no país e o perigo iminente da guerra civil generalizada.

O jornalista termina o artigo expressando claramente sua insatisfação com a ausência de ajuda particularmente da França, Reino Unido e EUA.

"Por que os guardiões ocidentais da liberdade e defensores dos direitos humanos, particularmente França, o Reino Unido, e o EUA, estão em silêncio diante da tragédia na Líbia?"

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