Ministério afirma que está ajudando parentes e aguardando investigações da polícia
Curti morreu após ser perseguido por cinco agentes que usaram pistolas taser e sprays de pimenta para controlá-lo, segundo o diário Sydney Morning Herald
O Itamaraty confirmou nesta terça-feira (20) que o corpo do brasileiro morto por policiais em Sydney, na Austrália, foi reconhecido por parentes.
Roberto Laudisio Curti, de 21 anos, morreu no último domingo (18) ao receber descargas elétricas de uma arma de choque após perseguição policial.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da assessoria de imprensa, informa que o consulado brasileiro em Sydney trabalha em regime de plantão "para tomar as providências cabíveis no caso".
Roberto Laudisio Curti, de 21 anos, morreu no último domingo (18) ao receber descargas elétricas de uma arma de choque após perseguição policial.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da assessoria de imprensa, informa que o consulado brasileiro em Sydney trabalha em regime de plantão "para tomar as providências cabíveis no caso".
A apuração da polícia, diz o Itamaraty, está "em fase inicial" e por isso o órgão do governo não vai se pronunciar sobre as investigações. Ainda não existem informações sobre a liberação do corpo.
O Itamaraty avisa que está em contato com a família de Curti para "ajudar no que for preciso" e dar apoio.
O Consulado do Brasil em Sydney recebeu os parentes do estudante na Austrália e está acompanhando de perto as investigações. Uma irmã de Roberto e um tio estariam na Austrália.
Curti morreu na madrugada de sábado para domingo após ser perseguido por seis policiais que usaram pistolas taser e sprays de pimenta para controlá-lo, segundo o diário australiano Sydney Morning Herald. De acordo com o jornal, os policiais perseguiam o rapaz, que estava sem camisa e com as mãos vazias, pela Pitt Street por volta das 5h30 (horário local). Ele foi acusado pela polícia de ter roubado um pacote de biscoitos numa loja no centro de Sydney.
Como ele não parou com a ordem dos agentes, recebeu um disparo do taser. Quando caiu, os policiais se jogaram sobre o jovem e teriam disparado mais três vezes. Enquanto se debatia, ele gritou por ajuda, segundo testemunhas, e em seguida ficou quieto. Câmeras de segurança filmaram a ação e vão ajudar na investigação.
No entanto, amigos do brasileiro disseram ao consulado brasileiro em Sidney que Roberto não é o homem que aparece na gravação das câmeras de segurança.
Além disso, as imagens de dentro da loja onde ocorreu o suposto furto da bolacha ainda não foram divulgadas pela polícia, o que aumenta ainda mais as dúvidas se foi Curti quem furtou o pacote de bolachas.
O corpo do rapaz deve passar por autópsia e exames toxicológicos para saber se ele havia consumido drogas ou álcool.
Um porta-voz do Consulado Brasileiro na Austrália indicou que o jovem vivia com sua irmã e com seu cunhado em Sydney.
Em nota divulgada nesta terça, o Itamaraty comunica:
- O governo brasileiro deplora a notícia da morte de cidadão brasileiro em circunstâncias ainda não esclarecidas durante operação policial em Sydney, na Austrália. O Consulado-Geral do Brasil em Sydney e a Embaixada do Brasil em Camberra foram instruídos a prestar toda a solidariedade e apoio à família da vítima, bem como a solicitar os devidos esclarecimentos às autoridades australianas a respeito do ocorrido. O Ministério das Relações Exteriores manifesta suas condolências à família do brasileiro morto e reafirma sua confiança de que as autoridades australianas conduzirão as investigações com o rigor necessário.
Manifestações no Facebook
Pelo Facebook, amigos do estudante estão marcando um protesto em frente ao Consulado da Austrália, no próximo dia 30 de março. No convite, os colegas de Roberto prometem levar pacotes de biscoito para colocar na frente do prédio.
Eles farão, ainda, um minuto de silêncio em homenagem ao estudante, que foi até a Austrália para estudar inglês. Ele estava no país desde julho de 2011.
Pelo Facebook, o convite foi enviado a mais de 5.000 pessoas. Muitos amigos estão homenageando Roberto com a foto dele em uma faixa onde se lê "justiça" e "luto".
O jornal Sydney Morning Herald publicou uma nota atribuída à família de Roberto. Um trecho diz que "nós estamos tentando entender as circunstâncias da morte inesperada do nosso amado Roberto".
Nenhum comentário:
Postar um comentário